quarta-feira, 31 de agosto de 2022

PDT condiciona recursos de campanha a apoio pró-Roberto Cláudio; deputados reclamam de critério


Com a campanha eleitoral já a todo vapor, alguns deputados do PDT Ceará têm demonstrado insatisfação com critérios adotados pela cúpula do partido na divisão do Fundo Partidário, um dos principais mecanismos de financiamento das campanhas eleitorais. A legenda tem condicionado o repasse dos recursos apenas para candidatos que demonstraram apoio à campanha de Roberto Cláudio (PDT) para o Governo do Ceará.

Com essa decisão, parlamentares atualmente com mandato pela sigla ainda não receberam qualquer investimento financeiro do partido na disputa pela reeleição. Ao mesmo tempo, nomes estreantes nas urnas, mas que apoiam publicamente a candidatura majoritária do PDT, receberam montantes na ordem de R$ 50 mil.

Em julho deste ano, o PDT oficializou uma resolução para impedir que candidatos da sigla façam campanha para adversários do partido. No documento, a legenda condena a  realização de “propaganda a favor de candidatos que não sejam os indicados pelas convenções nacional e estaduais”, assim com a prática de “ato ostensivamente desfavorável a qualquer candidato do próprio partido”. Em outro trecho da resolução, torna passível de punição “desrespeitar ou omitir as chapas majoritárias do partido”. 

Conforme André Figueiredo, no caso dos candidatos do Ceará, “quando declararem esse apoio, vão receber o recurso”. A decisão ocorre em meio a um momento turbulento do PDT do Ceará, que viu seus filiados divididos sobre a escolha de Roberto Cláudio ou Izolda Cela, atual governadora do Ceará, como candidato no pleito deste ano. André Figueiredo, no entanto, negou que isso tenha pesado na decisão. “Não tem absolutamente nada a ver”, reforçou.

INSATISFAÇÃO
Apesar da declaração de Figueiredo, todos os deputados estaduais que ainda não receberam o Fundo Partidário assinaram, durante a pré-campanha, uma carta em apoio à candidatura de Izolda Cela. São eles: Bruno Pedrosa (PDT), Jeová Mota (PDT), Osmar Baquit (PDT), Romeu Aldigueri (PDT), Salmito Filho (PDT) e Tin Gomes (PDT). Na lista dos que ainda não foram contemplados tem até o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), Evandro Leitão (PDT). 

Sob condição de anonimato, um dos parlamentares reclamou do critério adotado pela cúpula do partido. O principal foco de insatisfação é que mandatários em busca da reeleição não estão recebendo apoio financeiro, enquanto estreantes nas eleições receberam até R$ 50 mil.

Fonte: Diário do Nordeste


 

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