quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Governabilidade e corrupção x Faxina e probidade.

Em reuniões políticas ao longo do dia de ontem, parlamentares experientes e integrantes do chamado baixo clero manifestaram preocupação de que uma onda de denúncias abata ministros e gestores públicos, indiscriminadamente, originando uma bola de neve da qual ninguém escape. O cenário traçado era de descontrole da cúpula do Planalto.


Todos os líderes diziam que é preciso mais cautela e solidariedade entre os partidos, lembrando, inclusive, que uma crise política levou à nova crise econômica americana. Não são poucos os que alardeiam que desse jeito "Dilma não aguenta até o fim do governo".

Para eles, não basta mais a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, se reunir com os lideres: é preciso uma reunião de emergência com Dilma para "colocar o guizo em seu pescoço".

Há uma crítica generalizada sobre a condução de Dilma, Ideli, e Gleisi Hoffmann, ministra da Casa Civil, apelidadas de "meninas super poderosas".

— A situação está totalmente sem controle. A presidente Dilma pode estar acertando no mérito, mas errando na operacionalização. Como a centralização é muito forte, elas estão meio sem rumo — comentou um desses interlocutores.

Na reunião de Ideli com a bancada do PMDB, o líder Renan Calheiros fez um alerta direito, segundo um dos presentes:

— A bancada está coesa com a presidenta. Entretanto, é preciso que ela preste mais atenção à relação com a base para evitar uma ruptura, que isso vire uma bola de neve.

— A situação preocupa pela série de acontecimentos e reflexos destes acontecimentos no Congresso num momento em que não se sabe para onde o mundo vai — completou o senador Delcídio Amaral (PT-MS).

Os líderes alegam que é preciso discutir estratégias com Dilma. Um deputado petista chegou a afirmar:

— Além dos problemas com os outros partidos da base, o PT está extremamente constrangido porque a presidente está desmontando um governo que deu certo.



Em almoço no apartamento do líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), os líderes aliados deixaram claro ao líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), a insatisfação.



— As três meninas superpoderosas ficam fazendo a faxina, e é bonito para a sociedade. Mas não entendem que não podem liquidar com o espectro político nacional em troca de ficar bem com a sociedade — disse um dos líderes.







terça-feira, 2 de agosto de 2011

Agencia Nacional de Petróleo é Comunista.

O comunista Haroldo Lima não detém conhecimentos técnicos sobre petróleo, mas sabe tudo de política. Aos 71 anos, o atual diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) já fez muito pela esquerda. Militou no movimento estudantil, fundou a organização Ação Popular, a AP, na qual combateu a ditadura militar, e, há 39 anos, apaixonou-se pelo PCdoB. É um dos mais antigos e dedicados quadros do partido, pelo qual cumpriu cinco mandatos como deputado federal. Num deles, elegeu-se com o mote “botando para quebrar”. A exemplo de tantos outros políticos de sua geração, sacrificou-se pelos ideais da esquerda, mas capitulou aos encantos da direita. Em 2003, em reconhecimento a seus serviços, o então presidente Lula nomeou Haroldo para uma diretoria na ANP.


Desde então, Haroldo socializou cargos e contratos entre os camaradas do PCdoB. Fora, assegurou – com muito custo – o próspero acúmulo de capital dos grandes empresários do setor petrolífero. Essa ambiguidade de papéis, subproduto do aparelhamento partidário do Estado brasileiro, não poderia dar certo. Conforme revelou ÉPOCA na capa de sua última edição, viraram regra a cobrança de propina e os achaques a empresários que precisam das canetadas dos burocratas da ANP. A reportagem trouxe a público evidências fortes da corrupção na ANP, como cheques, e-mails, relatos de empresários extorquidos – e até um vídeo em que uma advogada que atua no ramo é achacada por dois assessores da ANP. Todo o material integra uma investigação sigilosa, iniciada pelo Ministério Público Federal no Rio de Janeiro.

No vídeo, gravado em maio de 2008, Antonio José Moreira, então procurador da ANP, e Daniel de Carvalho Lima, estagiário da agência, cobram R$ 40 mil da advogada Vanuza Sampaio para liberar o registro de um cliente dela, a distribuidora de combustíveis Petromarte. Ambos dizem falar em nome do dirigente do PCdoB Edson Silva, então superintendente de Abastecimento e hoje assessor de Haroldo Lima. Os dois assessores da ANP dizem no vídeo que o valor de R$ 40 mil foi estipulado por Edson Silva e que ele receberia R$ 25 mil do total.

Assim que a reportagem foi publicada, a direção da ANP, em vez de determinar a investigação dos fatos, esforçou-se por tentar desqualificar o caso. A ANP chegou a anunciar que a advogada Vanuza foi interpelada judicialmente – e que ela teria negado qualquer acusação contra o comunista Edson Silva. Não é verdade. “Fui interpelada em razão de uma matéria que saiu na imprensa contra o senhor Edson Silva. Apenas neguei que fosse fonte da referida matéria. Nunca voltei atrás em nada”, disse a advogada Vanuza. Ela, diante da repercussão do caso, aceitou falar a ÉPOCA na semana passada. Vanuza esclareceu, sobretudo, o que já se suspeitava: os dois assessores da ANP disseram a ela que o dinheiro cobrado iria para o caixa do PCdoB .

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Líder do PSDB quer convocar Ministro.

“O líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PSDB-PR), anunciou nesta segunda-feira (1) que apresentará requerimento convidando o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, a esclarecer aos senadores da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) denúncias veiculadas pela revista Veja sobre irregularidades na pasta.


A revista publicou entrevista com o ex-diretor financeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) Oscar Jucá Neto, irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). O ex-diretor, afastado na semana passada, acusa o PMDB e o PTB de manter esquema para desviar recursos da Conab e controlar a estrutura do Ministério da Agricultura.

“Queremos que o ministro da Agricultura possa esclarecer esses fatos e, em conformidade com o depoimento dele, vamos avaliar o que devemos fazer a seguir”, explicou Alvaro Dias.

Outras denúncias

O parlamentar lembrou que tramitam em diferentes comissões requerimentos propondo convites a outros três ministros, também visando esclarecer denúncias veiculadas pela imprensa. A oposição quer ouvir o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, sobre irregularidades em contratos da pasta; o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, para tratar de problemas em licitações na Agência Nacional de Petróleo (ANP), noticiados pela revista Época; e o ministro de Desenvolvimento Agrário (MDA), Afonso Florence, para esclarecer denúncia de venda de lotes da Reforma Agrária, conforme reportagem da Rede Globo.”



(Agência Senado)