sexta-feira, 18 de março de 2011

Arruda abre a boca e diz quem ele ajudou com dinheiro

O senhor é corrupto?

Infelizmente, joguei o jogo da política brasileira. As empresas e os lobistas ajudam nas campanhas para terem retorno, por meio de facilidades na obtenção de contratos com o governo ou outros negócios vantajosos. Ninguém se elege pela força de suas ideias, mas pelo tamanho do bolso. É preciso de muito dinheiro para aparecer bem no programa de TV. E as campanhas se reduziram a isso.



O senhor ajudou políticos do seu ex-partido, o DEM?
Assim que veio a público o meu caso, as mesmas pessoas que me bajulavam e recebiam a minha ajuda foram à imprensa dar declarações me enxovalhando. Não quiseram nem me ouvir. Pessoas que se beneficiaram largamente do meu mandato. Grande parte dos que receberam ajuda minha comportaram-se como vestais paridas. Foram desleais comigo.



Como o senhor ajudou o partido?
Eu era o único governador do DEM. Recebia pedidos de todos os estados. Todos os pedidos eu procurei atender. E atendi dos pequenos favores aos financiamentos de campanha. Ajudei todos.



O que senhor quer dizer com “pequenos favores”?
Nomear afilhados políticos, conseguir avião para viagens, pagar programas de TV, receber empresários.



E o financiamento?
Deixo claro: todas as ajudas foram para o partido, com financiamento de campanha ou propaganda de TV. Tudo sempre feito com o aval do deputado Rodrigo Maia (então presidente do DEM).



De que modo o senhor conseguia o dinheiro?
Como governador, tinha um excelente relacionamento com os grandes empresários. Usei essa influência para ajudar meu partido, nunca em proveito próprio. Pedia ajuda a esses empresários: “Dizia: ‘Olha, você sabe que eu nunca pedi propina, mas preciso de tal favor para o partido’”. Eles sempre ajudaram. Fiz o que todas as lideranças políticas fazem. Era minha obrigação como único governador eleito do DEM.



Esse dinheiro era declarado?
Isso somente o presidente do partido pode responder. Se era oficialmente ou não, é um problema do DEM. Eu não entrava em minúcias. Não acompanhava os detalhes, não pegava em dinheiro. Encaminhava à liderança que havia feito o pedido.



Quais líderes do partido foram hipócritas no seu caso?
A maioria. Os senadores Demóstenes Torres e José Agripino Maia, por exemplo, não hesitaram em me esculhambar. Via aquilo na TV e achava engraçado: até outro dia batiam à minha porta pedindo ajuda! Em 2008, o senador Agripino veio à minha casa pedir 150 mil reais para a campanha da sua candidata à prefeitura de Natal, Micarla de Sousa (PV). Eu ajudei, e até a Micarla veio aqui me agradecer depois de eleita. O senador Demóstenes me procurou certa vez, pedindo que eu contratasse no governo uma empresa de cobrança de contas atrasadas. O deputado Ronaldo Caiado, outro que foi implacável comigo, levou-me um empresário do setor de transportes, que queria conseguir linhas em Brasília.



O senhor ajudou mais algum deputado?
O próprio Rodrigo Maia, claro. Consegui recursos para a candidata à prefeita dele e do Cesar Maia no Rio, em 2008. Também obtive doações para a candidatura de ACM Neto à prefeitura de Salvador.



Mais algum?
Foram muitos, não me lembro de cabeça. Os que eu não ajudei, o Kassab (prefeito de São Paulo, também do DEM) ajudou. É assim que funciona. Esse é o problema da lógica financeira das campanhas, que afeta todos os políticos, sejam honestos ou não.



Por exemplo?
Ajudei dois dos políticos mais decentes que conheço. No final de 2009, fui convidado para um jantar na casa do senador Marco Maciel. Estávamos eu, o ex-ministro da Fazenda Gustavo Krause e o Kassab. Krause explicou que, para fazer a pré-campanha de Marco Maciel, era preciso 150 mil reais por mês. Eu e Kassab, portanto, nos comprometemos a conseguir, cada um, 75 mil reais por mês. Alguém duvida da honestidade do Marco Maciel? Claro que não. Mas ele precisa se eleger. O senador Cristovam Buarque, do PDT, que eu conheço há décadas, um dos homens mais honestos do Brasil, saiu de sua campanha presidencial, em 2006, com dívidas enormes. Ele pediu e eu ajudei.



Então o senhor também ajudou políticos de outros partidos?
Claro. Por amizade e laços antigos, como no caso do PSDB, partido no qual fui líder do Congresso no governo FHC, e por conveniências regionais, como no caso do PT de Goiás, que me apoiava no entorno de Brasília. No caso do PSDB, a ajuda também foi nacional. Ajudei o PSDB sempre que o senador Sérgio Guerra, presidente do partido, me pediu. E também por meio de Eduardo Jorge, com quem tenho boas relações. Fazia de coração, com a melhor das intenções.

quinta-feira, 17 de março de 2011

'Hoje, oposicionista não passa de oportunista' diz Tasso.

De passagem por São Paulo, o grão-tucano Tasso Jereissati (CE) disse que, a médio prazo, a tendência dos partidos de oposição é a de caminhar para uma fusão.

Acha que PSDB, DEM e PPS serão empurrados para a junção por conta do poder de atração que o governo exerce sobre seus quadros:
"Político hoje no Brasil se coopa, através de vantagens disso e daquilo. E cada vez menos se vê políticos de oposição...”
“...Prefeito de oposição, por exemplo, não existe mais. Governador de oposição, está difícil. E parlamentar agora está ficando raro...”
“...Então, para aqueles que acreditam que há necessidade, para a democracia brasileira, de se fazer uma oposição correta, [a fusão] pode ser um destino".
 falar de fusão, Tasso ecoa Sérgio Guerra, presidente do PSDB. Todo mundo já suspeitava. Mas dito assim, por expoentes da oposição, a coisa fica mais clara.

Hoje, oposiconista não passa de oportunista à espera da melhor oportunidade para aderir.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Deputada filha de Roriz acusada do uso de verba de maneira ilegal

O presidente da Câmara, Marco Maia, afirmou nesta quarta (16) que a Câmara pode pedir a devolução de verba indenizatória concedida à deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), se ficar comprovado o uso irregular do dinheiro. Na semana passada, foi divulgada denúncia, segundo a qual a parlamentar usou verba indenizatória da Câmara para pagar o aluguel de um imóvel onde funciona uma empresa de propriedade do marido. A denúncia é a segunda contra Jaqueline. No ínício do mês, foram divulgadas imagens que mostram a deputada recebendo dinheiro de Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM                         

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quinta-feira, 10 de março de 2011

Camilo candidato de Cid a Prefeito de Fortaleza. Eu já sabia!

Através de algumas informações privilegiadas de acontecimentos nos bastidores da política, como também por meio de uma simples análise do quadro sucessório, chega-se ao nome de Camilo como o provável candidato a Prefeito de Fortaleza, o que já presumia, se não vejamos: A família Santana no Cariri sempre teve grandes problemas para obtenção de mandatos; o próprio pai de Camilo, Eudoro Santana, deixou de candidatar-se por conta dessas dificuldades.
Como se explica seu filho, um jovem neófito na vida pública se tornar o deputado estadual mais votado do Estado? Mágica? Não, diria que foi a vontade projetada pelo governador que o credenciou a qualquer cargo no Estado, quando o tornou através da força governamental o deputado mais votado. Agora, sendo Camilo homem de confiança do Governador Cid, deveria estar filiado ao PSB, ex-partido de seu pai, correto? Errado, Camilo filiou-se ao PT para ser o nome de confiança de Cid dentro do partido de Luiziane, que como aliada do governador, naturalmente, terá o direito de indicar um membro do PT como cabeça de chapa desta possível aliança, se esse nome for o do Camilo terá apoio total do governador, que, inclusive, já o havia retirado da Secretaria do Desenvolvimento Agrário e o colocado na Secretaria das Cidades, que é a mais importante para as grandes cidades como Fortaleza, com o escopo de robustecê-lo ainda mais para ser ungido como seu candidato a Prefeito de Fortaleza.

O desenho já está esboçado, só falta ser concretizado!

Cid admite apoiar Camilo Santana a Prefeito de Fortaleza.

O governador Cid Gomes admitiu publicamente, nesta quinta-feira (10), disposição para apoiar o nome do secretário das Cidades do governo estadual, Camilo Santana (PT), à sucessão de Luizianne Lins na Prefeitura de Fortaleza, em 2012.


A declaração foi dada em entrevista concedida após a entrega de 108 casas populares em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, destinadas a moradores retirados de área de risco, no projeto de reurbanização do Rio Maranquapinho.

Indagado pela repórter Kézya Diniz, da TV Jangadeiro, sobre o possível apoio à candidatura de Camilo Santana, o governador admitiu que tem incentivado o secretário a participar de eleições desde a época em que foi candidato a deputado estadual.

Cid afirmou ainda que o nome de Camilo tem sido citado nos bastidores como provável candidato à sucessão de Luizianne. Sobre a possibilidade de uma candidatura do petista contar com o apoio do governador, Cid respondeu com um enfático “com certeza”.