Possibilidade
de catástrofe em Maceió cria embate entre Lira e governo Lula
O risco de desabamento de uma das
minas da Braskem, com a possibilidade de abrir uma cratera do tamanho do
Maracanã em Maceió (AL), vem provocando um embate político entre o governo Lula
(PT) e o grupo político do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira
(PP-AL).
Lira
e seus aliados, incluindo o prefeito João Henrique Caldas (PL), lançaram uma
ofensiva para tentar incluir o governo federal na conta das medidas de
atendimento aos moradores que precisaram deixar as suas casas.
O governo Lula, por sua vez, vem
defendendo nos bastidores que as questões relativas às indenizações e auxílio
para moradia para a população atingida dizem respeito exclusivamente à empresa
e ao município.
E aponta uma tentativa do grupo de Lira de jogar o governo federal em um
problema que é resultado da má gestão dos aliados do presidente da Câmara.
O
embate evidencia também uma disputa entre o grupo de Lira e o grupo do senador
Renan Calheiros (MDB-AL) –os dois são adversários políticos no estado e
acumulam declarações críticas um ao outro. Renan é pai do senador e atual
ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL).
Renan
Calheiros inclusive vem exercendo pressão para a divulgação do documento do
acordo fechado entre Braskem e município e também para a instalação de uma CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a questão.
Em
vídeo publicado nas redes sociais nesta sexta-feira (1º), Lira abordou a
questão política em torno da possibilidade de uma tragédia. Ele disse que
“Maceió é o único inocente neste processo”.
“Importante
a gente reativar na cabeça da população que esse é um problema que existe. Deve
ser tratado de frente, sem maiores complicações políticas”, afirmou.
A
capital alagoana corre o risco de vivenciar uma grande catástrofe ambiental,
com a possibilidade de desabamento de uma área na região central da cidade, em
decorrência das atividades de mineração.
Cinco bairros inteiros precisaram ser evacuados por causa do risco de abertura
de uma cratera, com quase 60 mil pessoas precisando deixar as suas casas. Um
hospital também acabou esvaziado.
A prefeitura decretou situação de emergência.
Em
meio ao problema com os desabrigados, Lira, o prefeito de Maceió e aliados
passaram a pressionar por ações federais para enfrentar o problema, em
particular na área de moradia. A ação, no entanto, vem enfrentando resistência
do governo Lula.
Nas
redes sociais, também nesta sexta, o presidente da Câmara cobrou, que diante da
possibilidade de colapso da mina, a capital precisa de “amparo urgente” do
governo federal.
O
parlamentar afirmou que solicitou aos órgãos responsáveis a viabilização de
recursos e a edição de uma medida provisória “que garantam à Prefeitura de
Maceió a condição de atendimento aos moradores atingidos e de empreender ações
para combater o problema gerado pela exploração do sal-gema”.
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