segunda-feira, 5 de julho de 2021

Com pedido da PGR, CPI deve focar em suspeitas de irregularidades na compra de vacinas


O pedido de abertura de inquérito pela Procuradoria Geral da República (PGR) para apurar as denúncias contra o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) por prevaricação no caso da compra das vacinas Covaxin deve ter impacto na semana de trabalhos da CPI da Covid-19. Senadores querem aprofundar a investigação de possíveis irregularidades na compra de vacinas.

Integrantes da CPI chegaram a comemorar o pedido da PGR, realizado após pressão da ministra do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber.

"O inquérito da PGR contra Bolsonaro por prevaricação é o resultado concreto do trabalho da CPI no escândalo Precisa/Covaxin. Esse é o menor dos crimes. Em 8 de janeiro de 2021, o presidente pediu pela vacina da corrupção", afirmou o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), citando o pedido de Bolsonaro à Índia pela Covaxin.

SUSPEITAS SOBRE COMPRA DA COVAXIN
No caso da vacina indiana, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmou que avisou o presidente Jair Bolsonaro sobre um suposto esquema de corrupção no contrato. O servidor Luis Ricardo Miranda, irmão do parlamentar, relatou pressão para acelerar a importação das doses.

Duas testemunhas devem ser ouvidas sobre o assunto. Nesta terça-feira (6), deve comparecer à CPI Regina Célia Silva Oliveira, que teria autorizado a importação da Covaxin apesar de problemas no contrato.

Na quinta-feira (8), será a vez da diretora de Integridade do Ministério da Saúde, Carolina Palhares. Ela seria a responsável por fiscalizar internamente os atos da pasta e deve ser indagada sobre os relatórios de fiscalização e se ela teria feito pareceres sobre os contratos com a Precisa Medicamentos - empresa responsável pela mediação da negociação.

O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), também se tornou alvo da CPI em função da Covaxin. Segundo depoimento de Luis Miranda, o presidente Jair Bolsonaro citou o nome do líder do governo ao receber denúncias de um esquema de corrupção nas negociações para a compra da vacina indiana Covaxin.

DENÚNCIA DE PEDIDO DE PROPINA
Os senadores também querem avançar na apuração de suposto pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina para a compra de vacina contra a Covid-19. Para isso, na quarta-feira (7), a CPI irá ouvir o ex-servidor do Ministério da Saúde, Roberto Dias.

Ele foi apontado pelo vendedor da empresa Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, como responsável pelo suposto pedido de propina.

Os parlamentares querem indagar Dias sobre o pedido de propina e também questioná-lo em relação à participação dos dois outros apontados, ambos militares. Além do coronel Alexandre Martinelli, supostamente teria participado do encontro o tenente-coronel Marcelo Blanco, ex-diretor substituto de logística da Saúde. Os dois não faziam mais parte do ministério quando participaram do encontro.

Fonte: Diário do Nordeste
 

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