Oposição vê Eduardo incontrolável e teme ficar sem alternativa em 2026
Partidos de todos os espectros de direita – os de carteirinha e os ainda com um pé no Centrão – classificam o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como incontrolável, um agente de entropia constante nas articulações do grupo para 2026. Caciques desse eixo político entendem que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), separado do pai por 7 mil quilômetros e uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), impedirá qualquer acerto sobre candidatura ao Planalto no futuro imediato.
Essas lideranças políticas estimam que Eduardo tem cerca de 20% de intenção de votos consolidados. Não é o suficiente para levá-lo para um eventual segundo turno, mas são dois dígitos capazes de impedir a vitória de um candidato de direita. O temor é que parte desse eleitorado, averso a qualquer candidato sem o sobrenome Bolsonaro, anule o voto caso não veja um integrante da família nas urnas.
Não por acaso o alerta dos articuladores soou mais forte após Eduardo anunciar publicamente que seria candidato à Presidência. Anúncio esse que ocorreu depois de Bolsonaro sinalizar mais abertura ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). Logo após isso, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), foi às redes reclamar da “falta de bom senso na direita” e pregar união do grupo.
A mensagem do cacique do Centrão, mesmo sem citar Eduardo, foi interpretada como uma indireta ao deputado. Até porque mais lideranças do grupo confessam, nos bastidores, o mesmo incômodo. E vão além. Consideram que o deputado é “intransigente” com relação ao PL da Dosimetria e que sua insistência na anistia ampla, geral e irrestrita deixará o pai, além dos demais condenados por tentativa de golpe de Estado, sem benefício algum.
Mesmo que um improvável acordo com Eduardo seja feito, esses líderes avaliam que qualquer entendimento pode ser desfeito rapidamente num cenário de incertezas. E isso impediria, por exemplo, uma decisão concreta de Tarcísio para concorrer.
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