segunda-feira, 9 de junho de 2025

Postos e distribuidores elevam margem de lucro e não repassam cortes da Petrobras para consumidor 



A Petrobras reduziu em 9% o preço da gasolina que vende a distribuidores de combustível desde que Lula (PT) voltou à Presidência. Porém, o consumidor final não viu esse recuo se refletir nas bombas. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio do litro do combustível subiu 26% no período.

A diferença pode ser explicada, em parte, pelo aumento da margem de lucro de distribuidoras e postos de combustíveis. De janeiro de 2023 até aqui, ele cresceu pelo menos 10%, segundo dados do Ministério de Minas e Energia (MME) tabulados pelo economista Eric Gil Dantas, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps).

O ganho dessas empresas virou tema de críticas da presidente da Petrobras, Magda Chambriard. Ela lembrou que, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a Petrobras “perdeu poder sobre a ponta”, ou seja, privatizou sua participação no mercado de distribuição e revenda. Chambriard apontou que a medida delegou a definição de parte considerável do preço dos combustíveis no país ao setor privado, que se aproveitou para lucrar.

Mahatma dos Santos, diretor técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo (Ineep), afirmou que os dados comprovam que a privatização de partes da Petrobras deu errado. Ele lembrou que, quando isso ocorreu, foi dito que aumentariam a concorrência, melhorariam serviços e reduziriam preços. Isso não aconteceu.

“O afastamento da Petrobras dos elos da cadeia de venda de combustíveis resultou em uma piora dos serviços, uma piora nas condições de trabalho dos trabalhadores e também uma piora nos preços para os consumidores finais.”

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