Grupo
de Cid consegue assinaturas para nova eleição no PDT: 'Fomos desmoralizados',
diz líder na AL
É
necessário que a convocação seja apoiada por, pelo menos, 28 dos membros
titulares da diretoria, e o bloco cidista conseguiu quase o dobro
Com
mais de 50 assinaturas, o grupo liderado pelo senador Cid Gomes no PDT Ceará
consegue apoio suficiente para convocar uma reunião extraordinária do diretório
estadual. O objetivo é eleger uma nova Executiva para o partido com Cid
permanentemente no comando, sem chances para destituição até uma nova eleição.
A maioria absoluta foi confirmada pelo líder do governo na Assembleia
Legislativa, Romeu Aldigueri (PDT).
"Nós
temos que ser grandes, dialogar. Nós temos a maioria e o direito regimental de
convocar o diretório, não temos? É convocado por um terço, nós temos a maioria
absoluta. Nós fomos desmoralizados, desrespeitados, então é a prevalência
interna", afirmou.
Pelo
estatuto do partido, é necessário que o requerimento de convocação contenha
pelo menos 1/3 (28) das assinaturas dos membros titulares da diretoria, e o
bloco cidista conseguiu quase o dobro, segundo o líder do governo.
Para
manter a data prevista da convocação do diretório e eleição para o dia 16, é
necessário protocolar o documento até 8 dias antes. Como não querem correr
risco, aliados fizeram uma força-tarefa para lembrar prefeitos – os principais
interessados na resolução do impasse – de deixarem suas assinaturas.
Apesar
do apoio, Aldigueri questiona como o outro segmento pedetista liderado pelo
deputado federal André Figueiredo vai se comportar diante da discussão
agendada.
"O
que vai acontecer? Nós vamos ganhar e não vamos levar, vão fazer uma outra
intervenção? Isso mostra que o partido não existe, que é uma ditadura a nível
nacional. [...] O PDT virou um cartório feudal? É um senhor feudal? Duas
pessoas mandam no partido todo, no Brasil, ninguém respeita mais a democracia?
É isso que está acontecendo", avalia.
"Então nós vamos cumprir rigorosamente todas as regras eleitorais, partidárias, convocar o diretório, fazer eleição da nova executiva democraticamente. Nós
estamos
fazendo o correto. Não fomos nós que quisemos assim. Nós queremos é pacificar,
construir o partido, tornar o partido grande", completa.
O Diário do Nordeste consultou
a assessoria de imprensa de André Figueiredo para ele se pronunciar sobre as
declarações de Romeu Aldigueri e foi informada de que, por enquanto, ele não
está comentando sobre o assunto.
'EXTINÇÃO'
Tendo
em vista que o grupo liderado por Cid no PDT reúne a maioria dos mandatários do
partido, para Aldigueri, a cisão pode levar a um enfraquecimento da legenda com
desfiliações e até à extinção.
"O
PDT, do jeito que está sendo conduzido, hoje, caminha com a extinção. O que era
o PDT anos atrás? Quantos deputados federais não tínhamos há doze, oito anos?
Quantos senadores nós tínhamos? Quantos governadores? O PDT, hoje, a nível
nacional, se resume praticamente ao Ceará porque tem cinco deputados federais,
treze deputados estaduais. Como você não respeita a maioria?", disse o
deputado.
"Nós
temos 57 prefeitos, e 55 estão com o senador Cid. Todos os deputados federais,
com exceção do André, estão com Cid. De 13 deputados estaduais, dez estão com
Cid. Queremos esquecer a eleição de 2022, as urnas já falaram. Nós temos a
eleição municipal a fazer. Do jeito que vai, nós vamos perder 98% dos
prefeitos, vão sair do partido. Se fizer uma enquete hoje, 90% dos deputados
estaduais e federais desejam sair do partido porque estão se achando
discriminados, perseguidos", declarou.
NOVO EMBATE NO PDT
O
movimento ocorre após um novo episódio da crise no PDT tomar repercussão na
última segunda-feira (2), com a destituição do senador do comando interino da
legenda por André Figueiredo. Licenciado do cargo desde julho devido a um
acordo firmado com Cid, o deputado revogou a licença sem aviso prévio,
surpreendendo Cid e o seu grupo.
Com
isso, Figueiredo voltou a acumular a função de presidente do PDT Ceará e
Nacional — este último de forma interina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário