Facção usou cocaína para compra de votos para reeleição de prefeito em Santa Quitéria
Uma ampla investigação revelou uma complexa rede criminosa liderada pela facção Comando Vermelho (CV), que teria interferido diretamente no processo eleitoral de 2024 no município de Santa Quitéria, no Ceará.
As mensagens analisadas mostram que, além das práticas comuns do tráfico, o CV usou cocaína como moeda de troca por votos, em apoio à reeleição do prefeito José Braga Barroso, o Braguinha (PSB). Em conversas interceptadas, integrantes da facção orientam a distribuição de drogas a dependentes químicos nos dias que antecederam a votação.
A facção também promoveu ameaças e intimidações contra apoiadores do candidato adversário, Tomás Figueiredo (MDB), contra o próprio e até contra a Justiça Eleitoral, com aval de Anastácio Pereira Paiva, o Doze, apontado como líder do CV na região e que estaria operando da Rocinha, no Rio de Janeiro.
Outro nome envolvido é Daniel Claudino Sousa, o Da Trinta, de 20 anos, que teria sido enviado do Rio para atuar diretamente na campanha. Ele também ameaçou policiais e cobrou cestas básicas do prefeito Braguinha, revelando ligação direta entre a facção e o poder público.
A investigação aponta que o CV mantém folhas de pagamento milionárias em diversos municípios cearenses.
Outro ponto revelado é a negociação de armamento de guerra por aplicativos de mensagem. Fotos de fuzis modelo AK-47, avaliados em mais de R$ 90 mil, circulavam entre os criminosos como parte das transações.
As forças de segurança seguem em busca de Riquelme, Doze e Da Trinta, além de outros integrantes da facção. A operação conta com o apoio da Polícia Civil e da Polícia Federal.