quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

 CPI da Enel critica falta de energia no Ceará em Réveillon

Os deputados que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada pela Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) para investigar a distribuidora de energia Enel por supostas irregularidades em sua atuação no estado lançaram uma nota de repúdio nessa quarta-feira (3) criticando a empresa após episódios de falta de energia elétrica em municípios do litoral cearense no período do Réveillon.

Em meio às festividades de Ano Novo, houve diversos registros de problemas com o fornecimento de energia em localidades turísticas como Icaraí de Amontada, Canoa Quebrada, Cumbuco, Flecheiras e Águas Belas.

Na nota da CPI da Enel, os deputados falam em “descaso” em relação ao serviço da empresa e citam os prejuízos dos empreendimentos turísticos e da população local. “Alguns municípios do litoral cearense, por exemplo, que tem no turismo importante fonte de renda, foram prejudicados, gerando enormes prejuízos a hotéis, restaurantes, turistas e comerciantes em geral, além da população local que teve eletrodomésticos queimados”, afirma o texto.

Os deputados criticam o fato de a Enel não ter se manifestado até então sobre esses problemas relatados. Além disso, destacam que convocarão representantes da empresa “para prestar todos os esclarecimentos devidos sobre estes episódios e outros que vêm sendo denunciados a este colegiado, cobrando o ressarcimento a todos aqueles que foram prejudicados”.
Assinam a nota o presidente e o vice-presidente da CPI, Fernando Santana (PT) e Carmelo Neto (PL), o relator Guilherme Landim (PDT), além dos deputados Bruno Pedrosa (PDT), Agenor Neto (MDB), Romeu Aldigueri (PDT), Felipe Mota (União Brasil), De Assis Diniz (PT), Larissa Gaspar (PT), Dr. Silvana (PL), Antônio Henrique (PDT), Lia Gomes (PDT), Danniel Oliveira (MDB), Leonardo Pinheiro (PP), Sargento Reginauro (União Brasil) e Guilherme Sampaio (PT).

Em relação aos problemas ocorridos durante a virada de ano, a Enel, por meio do responsável por manutenção da empresa, Francisco Queiroz, disse ao O Estado que as falhas foram “localizadas”. Ele apontou alguns fatores que explicam os problemas relatados nos últimos dias, como o furto de fios condutores, o aumento na quantidade de descargas atmosféricas e a queima de transformadores por sobrecarga de energia.

De acordo com Queiroz, alguns clientes não solicitam a carga correta que precisam e isso leva a uma sobrecarga na rede, o que leva a falhas no fornecimento de energia. “A gente não toma conhecimento disso e o efeito se soma quando tem um evento desse, em que muitas pessoas se juntam em um mesmo local. Esses efeitos de que estamos falando são geralmente concentrações de pessoas onde elevou muita a demanda e houve aumento de sobrecarga nos transformadores e redes de distribuição”, disse.
Ainda segundo Queiroz, os serviços estão sendo normalizados no estado, não havendo nenhum cliente sem energia há mais de 24 horas no momento da entrevista; ele previu que até hoje (4) devem ser solucionadas todas as falhas na distribuição de energia.

Investigação

A CPI da Enel iniciou seus trabalhos em agosto passado e, no final de 2023, a Alece aprovou a prorrogação das suas atividades para este ano. Já foram realizadas sete oitivas, com oito convocados, na intenção de colher informações para embasar o relatório final. De acordo com o presidente da CPI, Fernando Santana, a expectativa é de que a oitiva com a Enel ocorra ainda no começo de 2024.
O parlamentar afirma que, das principais denúncias a serem investigadas, estão oscilação de energia, demora no religamento, cortes de energia de forma irregular, contas duplicadas e outras, que “considera graves, mas que estão sendo averiguadas”. “É um absurdo o que tem acontecido no estado e, cabe a nós, o endurecimento forte, em defesa do povo do Ceará. Nós vamos chegar ao fim dessa CPI com um relatório responsável, mas duro, com provas, e pedir punição a essa péssima empresa”, disse.

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