CPI
da Enel critica falta de energia no Ceará em Réveillon
Os
deputados que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada pela
Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) para investigar a distribuidora de
energia Enel por supostas irregularidades em sua atuação no estado lançaram uma
nota de repúdio nessa quarta-feira (3) criticando a empresa após episódios de
falta de energia elétrica em municípios do litoral cearense no período do
Réveillon.
Em meio às festividades de Ano Novo, houve
diversos registros de problemas com o fornecimento de energia em localidades
turísticas como Icaraí de Amontada, Canoa Quebrada, Cumbuco, Flecheiras e Águas
Belas.
Na nota da CPI da Enel, os deputados falam em
“descaso” em relação ao serviço da empresa e citam os prejuízos dos
empreendimentos turísticos e da população local. “Alguns municípios do litoral
cearense, por exemplo, que tem no turismo importante fonte de renda, foram
prejudicados, gerando enormes prejuízos a hotéis, restaurantes, turistas e
comerciantes em geral, além da população local que teve eletrodomésticos
queimados”, afirma o texto.
Os deputados criticam o fato de a Enel não ter se
manifestado até então sobre esses problemas relatados. Além disso, destacam que
convocarão representantes da empresa “para prestar todos os esclarecimentos
devidos sobre estes episódios e outros que vêm sendo denunciados a este
colegiado, cobrando o ressarcimento a todos aqueles que foram prejudicados”.
Assinam a nota o presidente e o vice-presidente da
CPI, Fernando Santana (PT) e Carmelo Neto (PL), o relator Guilherme Landim
(PDT), além dos deputados Bruno Pedrosa (PDT), Agenor Neto (MDB), Romeu
Aldigueri (PDT), Felipe Mota (União Brasil), De Assis Diniz (PT), Larissa
Gaspar (PT), Dr. Silvana (PL), Antônio Henrique (PDT), Lia Gomes (PDT), Danniel
Oliveira (MDB), Leonardo Pinheiro (PP), Sargento Reginauro (União Brasil) e
Guilherme Sampaio (PT).
Em relação aos problemas ocorridos durante a
virada de ano, a Enel, por meio do responsável por manutenção da empresa,
Francisco Queiroz, disse ao O Estado que as falhas foram “localizadas”. Ele
apontou alguns fatores que explicam os problemas relatados nos últimos dias,
como o furto de fios condutores, o aumento na quantidade de descargas
atmosféricas e a queima de transformadores por sobrecarga de energia.
De acordo com Queiroz, alguns clientes não
solicitam a carga correta que precisam e isso leva a uma sobrecarga na rede, o
que leva a falhas no fornecimento de energia. “A gente não toma conhecimento
disso e o efeito se soma quando tem um evento desse, em que muitas pessoas se
juntam em um mesmo local. Esses efeitos de que estamos falando são geralmente
concentrações de pessoas onde elevou muita a demanda e houve aumento de
sobrecarga nos transformadores e redes de distribuição”, disse.
Ainda segundo Queiroz, os serviços estão sendo
normalizados no estado, não havendo nenhum cliente sem energia há mais de 24
horas no momento da entrevista; ele previu que até hoje (4) devem ser
solucionadas todas as falhas na distribuição de energia.
Investigação
A CPI da Enel iniciou seus trabalhos em agosto
passado e, no final de 2023, a Alece aprovou a prorrogação das suas atividades
para este ano. Já foram realizadas sete oitivas, com oito convocados, na
intenção de colher informações para embasar o relatório final. De acordo com o
presidente da CPI, Fernando Santana, a expectativa é de que a oitiva com a Enel
ocorra ainda no começo de 2024.
O parlamentar afirma que, das principais denúncias
a serem investigadas, estão oscilação de energia, demora no religamento, cortes
de energia de forma irregular, contas duplicadas e outras, que “considera
graves, mas que estão sendo averiguadas”. “É um absurdo o que tem acontecido no
estado e, cabe a nós, o endurecimento forte, em defesa do povo do Ceará. Nós
vamos chegar ao fim dessa CPI com um relatório responsável, mas duro, com
provas, e pedir punição a essa péssima empresa”, disse.
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