TSE aplica multa de R$ 15 mil a Bolsonaro por associar Lula a facção
O Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) decidiu nessa quinta-feira (8) aplicar multa de R$ 15
mil ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por propagar desinformação
e notícias falsas durante as eleições de 2022. A ação foi movida
pela coligação Brasil da Esperança, que apontou que Bolsonaro
cometeu propaganda irregular ao associar o então candidato a
presidente Lula (PT) com uma facção criminosa, durante a campanha
eleitoral.
A maioria dos ministros do TSE entendeu que
houve a propagação de mentiras “que buscaram abalar e ofender
intencionalmente a imagem de Lula”. O Tribunal determinou ainda a
imediata remoção do conteúdo publicado pelo ex-presidente.
O
julgamento começou em 9 de novembro do ano passado, mas havia sido
interrompido por pedido de vista (mais tempo para analisar o caso) do
ministro Raul Araújo, corregedor-geral do TSE. Araújo, que votou
contra as ações eleitorais que declararam Bolsonaro inelegível em
2023, também considerou esta ação improcedente. Ele foi seguido
pelo ministro Kassio Nunes Marques.
Os dois avaliaram que
a publicação não extrapolou os limites de uma campanha eleitoral,
que sempre permite a contestação do adversário na disputa. O
ex-corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito
Gonçalves, já havia votado a favor da punição. Ele foi seguido
pelos ministros Ramos Tavares, Maria Cláudia Bucchianeri, que também
não está mais no Tribunal, Cármen Lúcia e o presidente do TSE,
ministro Alexandre de Moraes.
Em junho do ano passado, o
TSE decidiu tornar Bolsonaro inelegível por oito anos, após
mentiras e ataques ao sistema eleitoral. A ação foi protocolada
pelo PDT, que acusou Bolsonaro de ter cometido abuso de poder
político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião
com embaixadores realizada em julho de 2022.
O Ministério
Público Eleitoral entendeu ter havido desvio de finalidade no
episódio, argumentando que o ex-presidente usou o cargo de forma
eleitoreira e indevida. Já a defesa de Bolsonaro afirmou não haver
ilegalidade, já que o encontro seria uma agenda de Estado, fora de
discussões sobre o pleito presidencial.
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