Aliados
de Cid conseguem
carta de anuência para deixar PDT
Ao todo, o Diretório Estadual concedeu carta de anuência a 14 deputados
estaduais, sendo nove titulares e cinco suplentes, seis deputados federais,
sendo quatro titulares e dois suplentes, além de dois vereadores de Fortaleza.
Os pedetistas alinhados a Cid alegam “perseguição” e “discriminação” por parte
do Diretório Nacional, causando um “clima de total falta de condição de
convivência”.
“O Diretório (estadual), por unanimidade, votou a favor da carta de anuência
tendo em vista todas as perseguições, ações judiciais, atos administrativos
imorais e ilegais, a inativação do Diretório (estadual), prazos que não vem
sendo cumpridos”, afirmou o deputado estadual Romeu Aldigueri (PDT).
A carta de anuência não garante a saída imediata do partido, até porque ainda é
preciso acionar a Justiça para concretizar a desfiliação. “Com a carta de
anuência, cada um vai entrar com ação judicial. A Justiça vai deliberar. Após a
Justiça se manifestar, com manifestação favorável, aí cada um se reunirá sob a
liderança do senador Cid para ver qual destino partidário tomar”, detalhou
Aldigueri sobre os próximos passos do grupo.
Segundo o deputado estadual Guilherme Landim (PDT), a decisão do grupo de pedir
as cartas de anuência foi uma forma de se antecipar à intervenção. “Até hoje a
nossa vontade era de reconstrução do PDT”, disse. “Se for isso (intervenção) o
que a Executiva Nacional queira para o Ceará, passando por cima da maioria que
temos no Diretório e dentro dos filiados do partido, fica realmente inviável a
permanência desse grupo dentro do PDT”.
Defesa
A reunião convocada por Cid, além de deliberar sobre a aprovação das cartas de
anuência, também definiu como será a resposta à intervenção nacional no PDT
Ceará. O Diretório Estadual preparou a apresentação da defesa solicitada em
processo disciplinar pela Comissão Nacional de Ética em Disciplina Partidária
do PDT-Nacional.
“Nós iremos recorrer administrativamente e iremos também, judicialmente,
questionar essa intervenção que está acontecendo no diretório do PDT, aliás que
se contrapõe a decisões já tomadas pela Justiça”, declarou o senador Cid Gomes.
“Entendemos que não há nenhuma razão plausível para se fazer uma intervenção”,
completou.
O senador ainda adiantou que na próxima semana deve haver nova reunião, desta
vez, com prefeitos, vereadores e demais lideranças municipais para “que a gente
possa compartilhar a situação, ouvir as preocupações das pessoas e pensar o
próximo passo”. Esse grupo em especial é o mais interessado por uma definição
sobre ficar ou não no PDT, tendo em vista as eleições municipais em 2024. A
expectativa é que os prefeitos aliados de Cid, cerca de 50, deixem o partido.
No caso deles, não é necessária a carta de anuência para a desfiliação.
Reação
O presidente nacional interino do PDT, deputado federal André Figueiredo, disse
que o partido vai disputar na Justiça os mandatos dos parlamentares que pediram
a desfiliação. Ele disse não haver justificativa para a emissão das cartas de
anuência e ainda falou em “ilegalidades” na reunião extraordinária convocada
por Cid. Figueiredo também afirmou acreditar que alguns parlamentares, mesmo
com a anuência, não vão seguir com o processo na Justiça para sair do PDT.
Parlamentares com carta de anuência
Deputados federais
Eduardo Bismarck
Idilvan Alencar
Mauro Filho
Robério Monteiro
Deputados estaduais
Guilherme Landim
Jeová Mota
Lia Gomes
Marcos Sobreira
Oriel Filho
Osmar Baquit
Romeu Aldigueri
Salmito Filho
Sérgio Aguiar
Vereadores
Ana Paula Brandão
Júlio Brizzi
Suplentes
Helaine Coelho
Nilson Diniz
Leônidas Cristino
(em exercício)
Bruno Pedrosa
(em exercício)
Antônio Granja
(em exercício)
Guilherme Bismarck
(em exercício)
Tin Gomes
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