segunda-feira, 3 de abril de 2023

Aproximação de Sarto com PL gera controvérsias e especulações para 2024


A recente união do prefeito José Sarto (PDT) com o PL após entrada de Raimundo Gomes de Matos, um aliado do Capitão Wagner (União), na gestão, acendeu um alerta nos bastidores da política cearense sobre possíveis movimentos já pensando nas Eleições 2024 após perdas de integrantes da base aliada.

Na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), vereadores da base e oposição se dividem entre elogiar a articulação, criticar uma guinada à direita do prefeito e também minimizar o peso dessa articulação.

Em meio a isso, um grupo de parlamentares que se dizem independentes – não sendo da base nem oposição à gestão –, ganhou novos adeptos após dois vereadores deixarem o grupo de apoio ao prefeito nas últimas duas semanas.

Estrela Barros (Rede) e Eudes Bringel (PSB) usaram a tribuna da Casa para anunciar a saída da base e fizeram críticas ao prefeito, mencionando que as demandas levadas até o Executivo não estariam sendo atendidas. 

MEDIAÇÃO DA LIDERANÇA
Em um cenário dividido em núcleos no Parlamento Municipal, a liderança do prefeito na Câmara, vereador decano Carlos Mesquita (PDT), atua como um mediador de interesses, e classifica como "do jogo" as escolhas individuais de cada parlamentar. 

Em 2020, Sarto foi eleito para suceder o seu aliado, Roberto Cláudio (PDT), na Prefeitura de Fortaleza. Ele derrotou Capitão Wagner no segundo turno e agora, três anos depois, se aproxima de políticos aliados do seu antigo adiversário. 

A avaliação interna é que esse é um dos primeiros movimentos dos líderes políticos visando as próximas eleições. Nos corredores da CMFor, no entanto, vereadores que apoiam a gestão de Sarto se limitam em elogiar sua capacidade de articulação, e relembram que ele já foi um parlamentar, inclusive, presidindo a Casa. 

"Ele sabe como pensa um vereador, e sabe conviver com o interesse de cada um", ressalta um parlamentar que apoio o prefeito no parlamento.

O prefeito, no entanto, é alvo de desgastes desde que enviou à Câmara pautas consideradas pelos próprios vereadores como impopulares. Entre elas a taxa do lixo, que levou manifestantes à Casa no fim do ano passado, além do aumento da passagem de ônibus.

O QUE DIZEM OS VEREADORES
"Muitas vezes se faz o que é preciso para se manter no cargo de vereador, deputado ou prefeito. Sarto sabe como os vereadores se comportam. A crítica faz com que o governo ande, só há um grande governo se houver uma grande oposição", destaca o líder do prefeito, Carlos Mesquita. 

Vereador mais antigo da Casa exercendo mandato há 32 anos, Mesquita diz ainda que diariamente recebe críticas à gestão, e que é preciso habilidade para lidar com os interesses e reclamações de cada parlamentar, inclusive os da base. 

"Política é interesse.  Muitas vezes não se faz aquilo que se quer, se faz o que é preciso para se manter vereador, deputado ou prefeito", conclui.

Perguntado sobre o assunto, o vice-prefeito Élcio Batista, que recentemente deixou o PSB de Léo Couto e Eudes Bringel para se filiar a PSDB, diz que as críticas servem "mais para animar o debate político". E completa: "o ambiente político está preocupado com os debates e as discussões, mas a população está olhando para os resultados".

Fonte: Diário do Nordeste


 

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